quarta-feira, 27 de abril de 2011

FAZENDO HISTÓRIA NO FUTEBOL PARAENSE (E BRASILEIRO)

Na última segunda-feira tive o prazer de bater um papo com velhos amigos no sempre aprazível restaurante Nossa Casa em Santarém. Entre meus interlocutores estava o Médico Radiologista Bruno Moura, a quem conheço desde muito jovem. Depois de um período fora de Santarém, o Bruno se transformou em um empedernido amante do azul marinho santareno, acho que por conta do “estágio” feito lá pela rua Antônio Baena em Belém.

Esse prólogo foi necessário para justificar a afirmação do Bruno de que ganhar dos três ditos “grandes” da Capital (Paysandu, Remo e Tuna) não significa nada, já que isso não ganha título. É verdade, contudo, esta façanha (assim conceituada mais pela tradição do que propriamente pelo resultado), também esta longe de ser algo trivial e isso me incentivou a escrever sobre os feitos do SÃO RAIMUNDO em sua recente história no futebol do Pará e do Brasil.

O Paraense é o terceiro mais antigo Campeonato Estadual do País, em 100 anos de disputa nunca houve um único Campeão que não fosse um Clube de Belém, na verdade apenas 04 Clubes já levantaram a “Taça”, Remo, Paysandu, Tuna e o já extinto União Esportiva, ou seja, é o Campeonato Estadual mais bairrista do Brasil, fato, aliás, notório.

Neste contexto, alguns feitos conquistados pelo Pantera nos últimos anos, ao contrário do que pensa meu amigo Bruno Moura, são sim extremamente relevantes e um forte indicativo que o Clube esta na caminho certo para quebrar esse paradigma.

A primeira façanha do Pantera foi conquistar em 2009 a maior média de público e renda do Campeonato. No ano do Vice Campeonato, a Nação Alvinegra mostrou que no Pará existe sim outra torcida que não as da “famosa” dupla. E olha que, por manobra de bastidores “apoiada” pelo TJD/PA, foi vergonhosamente tirado o direito do SÃO RAIMUNDO fazer uma das partidas finais em Santarém o que, certamente, aumentaria ainda mais as duas já fantásticas médias. Ainda podemos destacar que no mesmo campeonato pela primeira vez um jogador do Pantera foi o artilheiro da competição, o atacante Élcio.

No mesmo ano de 2009, e já em contexto nacional, o Pantera Negra Santareno assombrou o Brasil ao conquistar o primeiro Campeonato Brasileiro da Série D, um campeonato que contava com Clubes tradicionais como, por exemplo, Santa Cruz (PE), Nacional (AM), Bangu (RJ), Paulista (SP), etc. Tornou-se, assim, o primeiro Clube do interior do Pará a ostentar um título nacional. Além disso, assim como no Paraense, foi do Pantera o artilheiro da competição, o meia Michel, fato também inédito para Clubes do interior do Estado.

No reboque da conquista do Brasileiro outros feitos vieram como o de primeiro Clube do interior do Pará a ser destaque na mídia nacional, a ser objeto de matérias exclusivas, etc., coisas que, também, não ganham títulos, mas valorizam a marca do Clube.

Por fim, e isso para citar apenas as marcas mais relevantes, vem às vitórias sobre os três “grandes” da Capital em um mesmo Campeonato, o feito vilipendiado pelo meu amigo Bruno.

As proezas a serem alcançadas pelo Pantera (in)felizmente ainda não acabaram, mas, pelo menos a maior de todas já tem data para acontecer – 26 de junho de 2011, dia em que, com as bênçãos dos deuses do futebol e do nosso Pai Maior, o SÃO RAIMUNDO ESPORTE CLUBE erguerá o Troféu de Campeão Paraense 2011, quebrando assim uma marca centenária e, para variar, inédita.

Ao Bruno só posso dizer que, em termos futebolísticos, inveja mata!

Avante PANTERA!!!!!!!!!!

terça-feira, 26 de abril de 2011

DIA DO GOLEIRO


Segundo o jornalista Paulo Guilherme, autor do Livro “Goleiros, Heróis e Anti-Heróis da Camisa 1" (Editora Alameda Casa Editorial), a idéia de criar do “Dia do Goleiro” foi do Tenente Raul Carlesso e do Capitão Reginaldo Pontes Bielinski, ambos professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro.

Carlesson, inclusive, foi o primeiro preparador de goleiros a ser integrado à Comissão Técnica da Seleção Brasileira de Futebol, na Copa do Mundo de 1974 na Alemanha.

Em 14 de abril de 1975, o “Dia do Goleiro” ganhou força com a reunião de vários goleiros, ex-goleiros e pessoas ligadas ao futebol para comemorar a data, contudo, já em 1976 definiu-se como “data oficial” o dia 26.04 em homenagem ao Goleiro Manga, Campeão Brasileiro pelo Internacional de Porto Alegre naquele ano.

Vários são os goleiros que fizeram história no Brasil e no exterior como, por exemplo, Barbosa, Gilmar, Felix, Leão, Tafarel, Marcos, Rogério Ceni, Dida, Júlio César.

Para nós, contudo, o maior paredão do Brasil responde pelo carinhoso apelido de LABILÁ (foto), um gigante da pequena área, uma muralha intransponível e ídolo incontestável da imensa Nação Alvinegra.

Em seu nome e em nome dos outros atletas da posição que compõem o atual elenco profissional do SÃO RAIMUNDO ESPORTE CLUBE, Rodolfo (foto) e Ney, e seus preparadores (Ronaldo Franco e Laurildo Sarmento - Carpegiane), parabenizamos a todos os goleiros do Brasil.

PAYSANDU DENUNCIADO

Campeão do 1º Turno poderá perder o mando de Campo
e, assim deixar de jogar em Belém uma das
Finais do Paraense 2011.


Não sei dizer se pelo barulho feito durante a Semana Santa, mas, foi confirmado pela Secretaria do TJD/PA na tarde desta segunda-feira (25/03) que o Paysandu Sport Club foi denunciado pela invasão de campo ocorrida após a partida em que o Clube da Capital conquistou a Taça Cidade de Belém, válida pelo 1° Turno do Campeonato Paraense. Caberá à 1ª CD (Comissão Disciplinar) julgar a Denúncia assinada pelo Procurador Daniel Paz.

Por ironia do destino quem preside a referida CD é o Auditor Isaac Fima, o mesmo que em 2009 relatou o processo e puniu o SÃO RAIMUNDO E. C., por um bagaço de laranja atirado contra um atleta do próprio Paysandu, o que fez com que o São Raimundo perdessem um mando de campo e, assim, não realizasse uma das partidas finais daquele Campeonato em Santarém.

Na ocasião o Auditor, hoje Presidente da 1ª CD, foi extremamente rigoroso ao considerar que o lapso temporal de duas horas entre o arremesso do objeto e o registro do BOP (Boletim de Ocorrência Policial) contra o infrator, não foi “contemporâneo ao evento”, ou seja, NÃO FOI IMEDIATO, o que impediu o Clube de se beneficiar da excludente de culpabilidade prevista no §3° do art. 213 do CBJD.

Se punido o Paysandu provavelmente perderá o mando de campo justamente na fase final do Campeonato, provando do seu próprio veneno, já que em 2009 um dos seus então Diretores foi um dos principais articuladores da penalidade imposta ao SÃO RAIMUNDO.

A posição da 1ª CD e principalmente do seu Presidente será uma boa oportunidade para saber se, no Pará, os rigores das Leis Desportivas são ou não para todos.

sábado, 23 de abril de 2011

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS?


                No dia 24 de março de 2011, foi realizada no Estádio Leônidas Castro, a “Curuzú”, a segunda partida da Final do 1º Turno do Paraense 2011, “Taça Cidade de Belém”.
                Após a partida, com a confirmação da conquista do Turno pelo time da casa, o gramado de jogo, como, aliás, é costumeiro ocorrer, foi completamente invadido pela torcida do Paysandú que, sob o pretexto de comemorar a conquista pulou em grande número o alambrado e começou uma verdadeira balbúrdia.
                Os atletas e Comissão Técnica do Cametá Sport Club, os Árbitros e até mesmo os atletas do PSC, tiveram que sair em disparada rumo aos vestiários, já que não se sabia o que esperar da multidão que adentrou o campo. Recordo, inclusive, de uma foto publicada em um dos jornais locais em que o artilheiro Rafael Oliveira ficou apenas de cueca no centro do campo, lembrando o que ocorreu com Rivelino em pleno gramado do Estádio Jalisco, no México, após a final da Copa de 70.
                Nos dias que se seguiram diversas foram às manifestações de autoridades, esportivas ou não, declarando a falta de condições da “Curuzú” voltar a receber jogos decisivos em virtude da total falta de segurança.
                Habilmente a Diretoria do PSC, já nos dias seguintes, anunciou que o Clube não jogaria mais na “Curuzú” e passaria a mandar seus jogos no “Mangueirão”.
                Não posso afirmar se por conta da transferência dos mandos para o “Mangueirão” ou se pela sempre excessiva tolerância aos “Titãs” do futebol paraense, nada mais se falou sobre o assunto.
                Ocorre que, independente das sanções administrativas (anunciadas durante a invasão pelo Diretor Técnico da FPF, Engº. Paulo Romano), e mesmo legais, de necessária iniciativa do Ministério Público Estadual (alardeadas nos dias seguintes), o Paysandú deveria ter sido denunciado pela Procuradoria da Comissão Disciplinar sorteada, JÁ QUE OS FATOS FORAM CITADOS NA SÚMULA DA PARTIDA, e assim responder pelo tipo definido pelo art. 213, I e II, do CBJD – Código Brasileiro de Justiça Desportiva, com sanções que vão desde a perda do mando de campo por 01 (uma) a 10 (dez) partidas, mais multa de R$100,00 (cem reais) a R$100.000,00 (cem mil reais).
                No caso, sequer a excludente de culpabilidade do §3º do art. 213 poderia ser arguida pelo Paysandú, já que pelo grande número de invasores do campo de jogo, certamente não foi possível a “comprovação da identificação e detenção dos autores da desordem, invasão... com apresentação à autoridade policial competente e registro de boletim de ocorrência contemporâneo ao evento...”, ou seja, inevitavelmente o Clube teria que ser punido com a dosimetria da pena estabelecida pela gravidade dos fatos e sob a discricionariedade dos Auditores responsáveis pelo julgamento (no meu ver, nada menos do que cinco partidas).
                Ocorre que, até o momento, não há notícia do exercício do dever que a Lei impõe ao TJD/PA, em indesculpável e imoral tolerância a um dos “grandes” da Capital. É conveniente lembrar, o que comprova a prática de um tratamento desigual entre os disputantes do mesmo certame, que o SÃO RAIMUNDO E. C., de Santarém, por fato bem menos grave, qual seja, o arremesso de um bagaço de laranja, cujo autor foi devidamente identificado e entregue às autoridades policiais locais, teve o mando de campo cassado e assim ficou impossibilitado de realizar em seu Estádio uma das partidas da Final do Paraense de 2009.
                Se confirmada a inércia do TJD estará escancarada a política do “dois pesos e duas medidas e assim, instalada de forma inescusável, um verdadeiro estado de anomia jurídica no futebol paraense.
Estádio Leônidas Castro, a "Curuzù"
A invasão do Estádio do Paysandú não pode
passar impune pelo TJD/PA.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Recife, uma viagem gastronômica - 1ª Parada.

Vou confessar uma coisa, antes de conhecer Recife, no nordeste “A” cidade era Fortaleza. A capital cearense permanece um dos meus destinos favoritos, contudo, Recife me faz pensar duas vezes antes de escolher para onde ir.

Recife é uma cidade extremamente tradicionalista. O recifense é ligado a sua cultura e valoriza suas raízes, além de possuir um forte sentimento nacionalista, o que se justifica por ter sido lá uma das primeiras lutas em defesa do território brasileiro, quando brancos, mulatos e índios se uniram para expulsar os holandeses (na entrada da cidade de Jaboatão dos Guararapes, palco de grandes batalhas, se lê “Aqui nasceu a pátria”).


Sede do Galo da Madrugada
O recifense ama seus Clubes (Náutico, Spot, Santa Cruz...); ama seus ritmos (frevo, maracatu, mangue bit); ama seu carnaval (o Galo da Madruga já se tornou uma verdadeira instituição); ama suas praias (Boa Viagem continua sendo uma das melhores praias urbanas do Brasil) e, principalmente, ama sua rica culinária, onde se inclui, logicamente, a chamada baixa gastronomia dos botecos.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção em Recife foi o fato dos seus habitantes valorizarem demais as chamadas comidas caseiras. É comum encontrar tanto nos barzinhos “pés limpos” (casas sofisticadas) quanto nos chamados “pés sujos” (os botecos tradicionais) como opção de petisco o cozido, o guisado de bode, o sarapatel, a galinha cabidela, a lingüiça matuta, etc. Outro prato onipresente em barzinhos, esquinas e mesmo nas praias é o famoso caldinho. Tem de todo tamanho e sabor, com destaque para o de feijão preto, peixe, camarão e mariscos, todos sempre regados de torresmo, ovo de codorna e azeitona. São várias as casas que podem ser citadas, contudo, neste 1º artigo sobre Recife (há necessidade de outros), vou destacar duas casas.
Edmilson - "O Cara " do Restaurante da Mira

A primeira que não é propriamente um boteco é o Restaurante da Mira. Localizado no subúrbio do Recife, o local é famoso por sua comida e por seu único garçom, o Edmilson, filho da dona. É uma figuraça que desenvolveu uma técnica própria de receber e apresentar o restaurante, só para se ter uma idéia já lançaram até um dicionário para traduzir as bossas do sujeito. Outra coisa engraçada é que lá você não pede o que comer e beber, porque é o Edmilson que define os destinos do seu “Tour Gastronômico”, ou seja, é ele que vai descendo a cerveja e a comida, resta a você só dizer quando parar. Outra coisa, a conta também varia conforme a cara do cliente e o humor do Edmilson, mas, pode acreditar, vale muito à pena.

Imagem de N. Srª. da Conceição
que empresta o nome ao morro









A segunda casa é bem especial para os Santarenos, já que fica no morro da Conceição que tem esse nome por estar lá o Santuário e a imensa Estátua de Nossa Senhora da Conceição que abençoa a cidade do alto. E é bem aos pés da Santinha que você vai conhecer o “Bar da Geralda”, casa simples e aconchegante que traduz a alma dos Recifenses, já que a cerveja é estupidamente gelada, a cachaça sempre disponível e a comida, como não podia deixar de ser, é simples e a porção generosa. Adorei a galinha cabidela e o sarapatel.

Recife é imperdível, e essas duas dicas podem ser úteis para você conhecer como os Recifenses comem e bebem e assim fugir dos tradicionais roteiros turísticos.

Serviço:
Restaurante da Mira – Av. Dr. Eurico Chaves, nº 916. Casa Amarela. Recife/PE.

Bar da Geralda – Basta dizer que quer ir ao morro da Conceição, todo mundo sabe onde é.


Galinha Cabidela do
Bar da Geralda

Fachada do Bar no
Morro da Conceição