quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

PERDENDO DENTRO DE CASA.

Após uma temporada frustrante como a de 2010 o torcedor tem todo direito de ficar desconfiado. Quem poderia prever que após conquistar o Brasileiro do ano anterior iríamos sucumbir sem obter sequer uma vitória na Série C? Acredito que nem o mais pessimista.
Infelizmente foi justamente isso que aconteceu.
Anteriormente já havia dito que não era mais hora de desculpas, pois a idéia era apagar o fiasco com novas conquistas, contudo, infelizmente alguns dos “fantasmas” que nos assombraram em 2010 começam a querer mostrar a cara no ano que ainda nem começou, repetindo um prelúdio cujo final já conhecemos.
Todos sabem que o SREC passou por momentos difíceis e por muito pouco não teve seu patrimônio dilapidado em virtude de problemas de toda ordem. Ocorre que mesmo salvo das garras dos credores, o patrimônio se deteriorou ao longo dos anos pela impossibilidade de investimentos, em especial no estádio “Everaldo Martins”, o famoso “Panterão”, que além dos jogos de menor envergadura, sempre foi utilizado para treinamento das equipes do Clube, inclusive a profissional.
Sem a estrutura própria, restou ao plantel profissional buscar alternativas de treinamento, sendo a mais natural, logicamente, o Estádio onde manda seus jogos. Ocorre que, ao invés de ter naquele logradouro público uma extensão da sua “casa” o SREC não recebe da atual Secretária de Esportes do Município, Profª. Rita Peloso, o tratamento que fez por merecer com suas recentes conquistas e, principalmente, por ser o principal e mais rentável usuário.
Não raras vezes ao longo de 2010 o SREC foi impedido de realizar seus treinos no gramado do “Colosso do Tapajós”, inclusive os treinos preparatórios para partidas do Paraense e do Brasileiro, prejudicando sobremaneira o rendimento da equipe. O mais novo dissabor proporcionado pela mandatária máxima do Estádio foi o indeferimento da solicitação feita pelo Clube para a apresentação do novo plantel profissional, o qual realizaria a partida de entrega de faixas para a equipe amadora que recentemente conquistou o Campeonato Santareno.  A desculpa? Certamente o prazer de dizer não, já que não há qualquer programação oficial no estádio neste início de ano.
O futebol profissional é um verdadeiro “campo minado”, onde o menor erro pode custar toda temporada. São fatos como este que justificam ainda mais o investimento de levar o time para a pré-temporada no Rio de Janeiro, pois seria muito difícil conseguir o nível de aproveitamento e rendimento onde sequer o Estádio que será utilizado para jogos oficiais (e cujo objetivo final são as grandes competições) não esta a disposição do Clube que além das suas cores, enverga o orgulho de representar não só Santarém como todo Oeste Paraense.
Da mesma forma, não é demais lembrar que o SREC arca com parcela considerável de recursos para a manutenção daquele logradouro público, uma vez que de todos os seus jogos oficiais 10% (dez por cento) da renda bruta é revestida aos cofres públicos a titulo de pagamento de aluguel. Da mesma forma, pode-se afirmar com segurança que é o SREC, por sua participação no certame regional e no Brasileiro, o maior (se não único) responsável pelos investimentos realizados naquela praça de esportes, como, por exemplo, a instalação do sistema de monitoramento eletrônico; a construção das novas bilheterias e entradas pela Avenida Sérgio Hein; a construção das arquibancadas na antiga geral, etc.
O SREC merece e deve ser tratado com mais respeito e carinho por aqueles que têm a obrigação de zelar pelo patrimônio público, inclusive o patrimônio imaterial como, por exemplo, o orgulho e a divulgação que as conquistas do Clube proporcionam para a cidade. É por isso que a cada dia cresce a corrente que deseja ver o Estádio “Colosso do Tapajós” administrado pela SEEL – Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, nos moldes do “Mangueirão”.
Particularmente defendo a tese que o referido logradouro deve ser administrado por uma parceira público-privado nos moldes do Estádio Olímpico “João Havelange”, o “Engenhão”, hoje sob o comando do Botafogo Futebol e Regatas do Rio de janeiro. Quem sabe um dia o próprio SÃO RAIMUNDO E. C. não assuma este papel, pois assim deixaríamos de iniciar PERDENDO DENTRO DA NOSSA PRÓPRIA CASA.
Torcida do Pantera - 10% do valor bruto desta renda (e de todas as outras) foi direto para os cofres da Prefeitura

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